5 Desenhos Influenciados por Star Wars, e 1 Chupadaço
Depois que George Lucas explodiu a bilheteria em ’77, todos queriam ser Star Wars
Muitos, por conta da grana e fama. Mas tantos e tantos outros, por terem absorvido as influências que a saga imprimiu na cultura pop. Os símbolos e arquétipos milenares e universais que Lucas renovou de forma primorosa falou de maneira direta com toda uma geração, não só de telespectadores, mas também de contadores de história. Assim, foi natural que tais símbolos se espalhassem pela cultura pop dos anos 80, (re)utilizados em maior ou menor grau de originalidade.
Abaixo, segue uma lista de desenhos dos anos 80 que, da inspiração ao papelão absoluto, beberam na fonte da história mais conhecida de nossa era.
He-Man
Um dia o George Lucas ligou pra Mattel e perguntou se eles não estavam a fim de licenciar os brinquedos de seu novo filme, que iria estrear dentro em breve, mediante um adiantamento de alguns milhares de dólares.
E a Mattel:
– Vai andar vai, George!
E ele foi mesmo. Lá na Kenner. Que acabou comprando os direitos, e vendendo 300 MILHÕES de bonequinhos.
Depois de provavelmente catapultarem o executivo (ir)resposável da Mattel décimo quinto andar afora ( ou ao menos de lhe passarem um esporro monstro ), a Mattel decidiu que precisava de um sucesso semelhante. Então encomendaram um boneco para o designer Roger Sweet, que, fãzaço da arte de Frank Frazetta, sugeriu um tipo Conan, mas com motivos espaciais, meio Flash Gordon, meio Star Wars, como pediam os empregadores. Olha a proposta do Roger:
A sugestão de He-Man para a diretoria da Mattel, retirada do livro art of He-Man and Masters of the Universe
Assim como Star Wars, He- Man também teve a força. Tanta, aliás, que se tornou um dos maiores sucessos comerciais da década, a ponto de começar uma indústria própria; a de séries de animação para promover Action figures.
E no final, o vacilo do executivo foi providencial. É como Yoda sempre diz: Por tortas linhas, certo a força escreve.
Thundercats
Apesar da origem Super Homem ( Thundera explode e os gatos partem como últimos sobreviventes, para um novo lar ), Linon-o segue a série inteira sendo auxiliado pelo seu mentor morto reluzente Jaga.
Jaga x Obi Wan – O Fantasminha Legal fazendo escola
Tudo poderia ter parado aí, na referência ao Fantasminha Camarada Obi Wan, mas nãããão. Tiveram que inventar os mequetrefes BerBills, cópias dos personagens mais malas sem alça a habitarem o universo Star Wars ( depois, claro, do Jar Jar Binks ). Estou falando deles mesmo. Dos Ewoks.
Metade Ursinhos Carinhosos, metade RD D2. Malinhas completos
Verdade seja dita, os Berbills até que tinham algum charme. Ao menos, dava pra entender o que diziam, e a voz do líder Roberbill, divertia, quando dizia: ” Oh, Lion-o, salve a Rober-Bela”.
Mas eram dispensáveis ao desenho. Assim como os originais Ewoks eram indispensáveis à saga. Sim, seu sei, as crianças… mas estas já eram fãs de Star Wars antes que os ursinhos carinhosos de Endor dessem o ar de sua (des)graça já no terceiro filme, o Retorno do Jedi.
Os Berbills foram um erro crasso, pois perpetuação dos já errados Ewoks, o maior vacilo de George Lucas ( depois, claro do Jar Jar Binks ).
Galaxy Rangers
O desenho mais animal dos anos 80, que explodiu a cabeça de todo mundo ao apresentar a computação gráfica para toda uma geração, bebeu muito em Star Wars. Para começar, a paz na galáxia era ameaçada por um Império ( o Império da Coroa ), cujas naves pareciam os Destroyers do Império de Star Wars, e media forças contra o que parecia ser uma República. Não lembro de usarem esse termo exatamente, mas havia embaixadores, e falava-se muito de paz e liberdade. De qualquer forma, a treta era entre dois sistemas políticos.
Os heróis não eram rebeldes, mas cavaleiros meio técnológicos, meio místicos, que pilotavam naves que lembravam X-Wings e saltavam no hiperespaço, com efeito especial igual.
Havia, ainda, os caçadores de recompensa, a tropa do império, os bares com musiquinha, birita e alienígenas da pesada e um vilão ( Capitão Kid ) cujo covil e figura poderiam facilmente remeter ao Jabba.
Mas as semelhanças, embora muitas, paravam por aí. E serviram não de eixo, mas de base apenas, sobre a qual toda uma nova mitologia pode ser erguida. Mitologia tão rica quanto a do próprio Star Wars, pois continha outros conceitos, próprios e geniais: psicocriptas, psicocristais, implantes cibernéticos, vírus de computador que craqueavam qualquer coisa ( isso em 1986 ) cavalos mecânicos, e uma escultura que continha um milhão de emoções, que tornava catatônico quem a tocasse.
Ô desenho foda!
Starcom – Comando das Estrelas
Esse é um daqueles desenhos que quase ninguém viu. Estreou com Visionários, os Cavaleiros da Luz Mágica, no Xou da Xuxa, na temporada de 1987, me lembro bem, mas teve vida curta. Dois, três meses talvez.
O que foi pena, pois era muito bem feito. O enredo tratava de um Império sombrio que ameaçava a paz na galáxia, e os únicos capazes de fazer lhe fazer eram os membros de um comando de pilotos, saídos de uma academia que era uma mistura de NASA e Top Gun. E era isso. Muita guerra e muitas estrelas.
Transformers: o Filme
Antes de mais nada. Se você gosta de Transformers, ou de animação dos anos 80, ou de uma boa animação de aventura, pare imediatamente o que está fazendo e vá assistir esse filme. É mais estiloso e divertido do que qualquer coisa que Michael Bay possa SONHAR em conceber.
Ainda por cima, não tem o mala Lebouf. Pelo contrário. Tem Leonard Nimoy ( o eterno Sr. Spock ), Eric Idle ( do Monty Python ) e, pasmem, Orson Welles. ORSON fucking WELLES. Aquele mesmo. De Guerra dos Mundos. E um dos maiores gênios do cinema emprestando sua voz ao Unicron. Tô falando. Você precisa assistir.
Ok. Pode assistir o filme outra hora. Mas pelo menos veja o trailer
O roteiro trata de um perseguição espacial regada a batalhas de naves, planetas alienígenas e etcs. Apesar de se valer dos mesmos elementos base da saga Star Wars ( o escolhido, a força mística, a jornada pelo cosmo, e o planeta indestrutível ), o filme não acaba sendo um pastiche, e sim uma homenagem, ou, ao menos, um belo exemplo do espírito da época, em que Star Wars permeava fortemente o ideário de quem consumia e trabalhava com cultura pop. O mesmo, contudo, não pode ser dito do próximo filme. Um verdadeiro plágio sem a menor vergonha de sê-lo, aparentemente.
Starchaser: the Legend of Orrin
Antes de Clone Wars, Droids ou Ewoks houve um outro desenho da franquia Star Wars chamado Starchaser: A lenda de Orrin. Na verdade, não tinha nada a ver com Star Wars, tirando o fato que contava praticamente a mesma história.
O desenho foi lançado nos cinemas três anos depois de o Retorno do Jedi e conta a história do vilão Zygon, um robô em roupas de homem que, claro, não tem nada ver com Darth Vader, um homem na roupa de um robô.
O roteiro contém ainda os elementos supra citados em Transformers; o escolhido, as caçadas siderais, o objeto místico, mercenários, enfim, tudo de Star Wars, mas, diferente de Transformers, sem a preocupação de recriar os elementos.
Apesar do papelão, a animação é boa ( do ponto de vista técnico, quero dizer). Foi feita através do método de rotoscopia ( desenhos feitos diretamente sobre o filme ) e em certos momentos, lembra bastante Fogo e Gelo de Ralph Bakshi, o que é, sem dúvida, um elogio. As naves também não era nada más.
Na real, é uma pena que o filme seja um chupinhação do começo ao fim.
Logo menos tem mais